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Como educar uma geração digital?

Provavelmente você já escutou que estamos no século 21, mas vivemos uma escola do século 19.  Você também compartilha dessa sensação, professor? Quando falamos em Educação e olhamos ao nosso entorno, vemos que estamos muito distante da realidade que nos cerca. É realmente como se a escola estivesse parada no tempo e não tivesse acompanhado toda a transformação da sociedade – principalmente as tendências tecnológicas (mas não só). Reverter essa situação contextualizando a escola nesse novo tempo é fundamental para dialogarmos melhor com a aprendizagem e o engajamento dos nossos estudantes.

Nossos alunos são outros. Eles nasceram na era digital e estão acostumados a estímulos de aplicativos e plataformas digitais. Com esse estímulo constante desde muito pequenos, a chamada Geração Z (pessoas que se encontram na faixa etária entre 10 a 24 anos) não tem mais se concentrado nas aulas e na dinâmica do giz e lousa.

Nativo digital
O termo foi criado pelo norte-americano Marc Prensky e faz referência aos nascidos e crescidos com as tecnologias digitais presentes em sua vivência.

Geração Z
É a definição sociológica para a geração de pessoas que nasceram entre meados da década de 90 até o início dos anos 2010. Uma das características dessa geração é possuir grande facilidade com mídias digitais.

Entender essa mudança e o quanto ela impacta a Educação é essencial para transformar o aprendizado. Só assim vamos compreender os desafios, vencer as dificuldades e alcançar os benefícios de estar em maior sintonia com os estudantes.

Como adaptar a escola a essa nova realidade

Não existe uma receita de bolo. O ponto de partida é contextualizar a tecnologia em sala de aula e fazer dos smartphones um aliado para as aulas. A medida que as tecnologias foram ganhando força na sociedade, a escola ficou inerte à questão: não foram trabalhados, por exemplo, temas essenciais, como internet segura, uso consciente das redes sociais, notícias falsas e dados. Todos esses temas são discussões necessárias para uma quebra de paradigma e cultural sobre a tecnologia e a vida digital.  É um engano pensar que ter nascido em uma geração digital é o suficiente para garantir um bom uso do mundo digital. Por isso, é fundamental que o ponto inicial seja trabalhar essas questões com os estudantes, fazendo-os entender que a tecnologia tem o seu lado benéfico, mas, também um outro lado: o da dispersão que pode comprometer os estudos e até a segurança pessoal dos indivíduos.

Pontos de atenção

Alguns aspectos requerem atenção, especialmente com o ensino de leitura. Quando os estudantes migram para as mídias digitais, a leitura é baseada em textos repletos de imagens. É necessário ter esse olhar e trabalhar em sala de aula com redes sociais e com textos multimodais, diminuindo os impactos deste novo mundo.

Trabalhar com textos das redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram é importante para trabalhar com a multimodalidade. Por meio dela os estudantes podem compreender a proposta das imagens, a interação (comentários) e a escrita, nem sempre seguida pela norma culta. São pontos essenciais, para fomentar a leitura em plataformas digitais, intensificando que os alunos se tornem responsivos ativos.

Nova maneira de aprender

Outro ponto importante é compreender que os alunos aprendem e interagem de uma maneira diferente. O caminho é fomentar o diálogo, chamando atenção para o que estão compartilhando e a forma que estão interagindo com as ferramentas digitais. Trazer desafios novos para a sala de aula, também é fundamental para o processo de ensino aprendizagem. Algumas ferramentas contribuem para essa transição. Uma delas é o Google Classroom, que permite uma grande interação com o conteúdo a ser trabalhado, fazendo com o que estudantes também sejam produtores de tecnologias e não somente consumidores. A ferramenta permite uma a oportunidade de criar conteúdo, além de ser uma possibilidade para que muitos pais acompanhem o desenvolvimento dos alunos, integrando a escola e a família.

Inserir ferramentas digitais ao planejamento

O caminho também perpassa em inserir ferramentas digitais ao planejamento e ao cotidiano escolar. Aqui, vale propor ações para que os alunos possam despertar para o protagonismo, como realizar um vídeo, documentário ou curta metragem. São ações que podem ser realizadas pelo celular e que fornecem um outro significado às aulas. Por permitir que os alunos se envolvam de forma significativa, esse tipo de atividade trabalha questões como colaboração, empatia e resoluções de problemas.

Benefícios

Apesar de estarmos no processo de aprender a inserir as tecnologias nas aulas, é importante salientar o quanto que ela contribui para o aprendizado dos alunos e de professores. A tecnologia tem de ser encarada como uma propulsora da aprendizagem, sendo capaz de alavancá-la, de criar um espaço em que os alunos ganham autonomia para estudar e participar ativamente de seus estudos. Eles podem estar estudando sobre determinado assunto e recorrer a um vídeo no YouTube para compreender melhor sobre o assunto. Ferramentas digitais também colaboram para o raciocínio lógico e ajudam a desenvolver o pensamento criativo.

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