PRÓPRIO ENTERRO
Todo dia imagino o mesmo sonho,
Meu enterro a luz de velas
Caio em direção ao telhado
Limiar da dor e das janelas
Provável estou aliviado.
No memorial muitas pessoas reunidas
Dizem palavras nunca ditas
Sobre meus sentimentos bons
Não os ruins.
Meus fiéis inimigos ao lado de meus infiéis amigos.
Meus familiares dizem sobre o jovem exemplar partido nunca visto
Meus amores se perdem na poesia das cartas não escritas
Minha maior pergunta, quem mais choraria na minha morte?
Ohh! Como não percebi!
O grosso véu branco da ignorância me tampou
Eu nem notei diante de tanto lamento,
Era o morto estava, em maior sofrimento
Seu tímido choro
Ninguém podia ouvi-lo
Ninguém o abraçou.
Tanto negligencie suas lágrimas
Nem delas lembrava mais.
Meu epitáfio é para eles
Os esquecidos sofredores.
Todo dia imagino o mesmo sonho,
Aquele velho cadáver se levanta
E assusta todos os convidados
Eu sei! Parece até novela mexicana,
Mas seus prantos se tornaram tão altos
Quase pude dizer ele vivia.
Ohh! Se pudesse o mundo todo saberia.
02/06
Kamalesh